Seguindo os passos de Van Gogh

Eliane Moreira (texto) e Renato Alves (fotos)

“Auvers é muito bonita… verdade, é realmente bonita (…)”. Com essas palavras, o pintor holandês Vincent Van Gogh definiu a pequena cidade francesa Auvers-sur-Oise.

Distante apenas30 kmde Paris, Auvers continua encantando quem chega à cidade, na maioria turistas interessados em conhecer o lugar onde um dos maiores nomes da pintura holandesa passou seus últimos meses de vida.

A pousada em que o pintor morou, Auberge Ravoux, hoje é conhecida como a casa de Van Gogh (Maison de Van Gogh), e abriga um pequeno museu. Sua principal atração, o quarto que ocupou, reflete a simplicidade de um artista que só teve seu talento reconhecido tardiamente.

O ingresso inclui a exibição de um pequeno filme que conta a passagem de Van Gogh pela cidade, baseado nas correspondências enviadas a seu irmão.

Quando for ao museu, não deixe de visitar o restaurante, no térreo. Depois de uma minuciosa restauração, mobílias, luminárias e prateleiras remetem ao tempo em que VanGogh fazia ali suas refeições.

Uma curiosidade: em frente ao restaurante, na calçada, uma mesa com uma garrafa de vinho e dois copos está permanentemente posta para fotos. É só sentar e fotografar!

O curto período em que viveu em Auvers foi de intensa inspiração e produção para Van Gogh. Por isso, além do museu, torna-se obrigatório seguir seus passos pela cidade, identificando paisagens e construções retratadas pelo artista.

Para ajudar nessa tarefa, placas reproduzem as pinturas em frente aos locais que as inspiraram, como no caso da igreja em estilo gótico/românico, imortalizada em uma de suas telas.

Ainda em Auvers-sur-Oise que, em julho de 1890, Van Gogh atirou contra o próprio peito, morrendo dois dias depois. Seu corpo está enterrado no cemitério local, ao lado do túmulo de seu irmão Théo, mais uma das atrações turísticas da cidade.

Outras atrações

Se não bastasse o legado deixado por Van Gogh, Auvers ainda tem outras atrações encantadoras. É o caso do sebo montado em uma estação e um trem aposentados. De vagão, em vagão, prateleiras de livros, na maioria usados, escondem e revelam obras já amareladas pelo tempo.

E já que estamos falando da França, que tal fechar o dia com um piquenique às margens do rio Oise, que dá nome à cidade?

COMO CHEGAR

De carro: pegue a rodovia A15 em direção a Cergy-Pontoise, e então a A115 para Beauvais-Amiens. Saia em Méry/Auvers-sur-Oise.

De trem (RER): partindo da Gare du Nord ou da Gare St-Lazare, em Paris, pegue a linha para Pontoise. Lá, troque para a linha Persan-Beaumont. Desça na estação de Auvers-sur-Oise. É recomendável comprar o bilhete de volta ainda em Paris, já que não há bilheteria em Auvers. Do primeiro sábado de abril ao último domingo de outubro, há trem direto partindo da Gare du Nord, sábado, domingo e feriado. Partida às 9h56 (chegando a Auvers às 10h28) e retorno às 18h15 (chegando a Gare du Nord às 18h48).

Museu Maison de Van Gogh

Aberto de março a outubro, das 10h às 18h (fecha às segundas e terças-feiras). Ingresso: 6 euros

O melhor do Museu Rodin


Eliane Moreira

No filme Meia-noite em Paris, de Woody Allen, o casal protagonista visita o Museu Rodin, na capital francesa, tendo por cicerone a bela Carla Bruni. Mas a não ser que você seja do tipo que ganha todos os prêmios em bingos, rifas e sorteios, dificilmente encontrará a primeira dama da França por lá.

Prepare-se, no entanto, para outras celebridades. O acervo reúne as mais importantes esculturas do francês Auguste Rodin, expostas nos salões e jardins do museu.

É o caso de O Beijo, de 1889. Exibido em um dos salões, a obra retrata o amor proibido de Paolo e Francesca, personagens de A Divina Comédia, do escritor italiano Dante Alighieri.

Já  O Pensador, considerada por muitos a obra mais famosa de Rodin, encontra-se exposta nos jardins do museu, atraindo todas as atenções dos visitantes.

Também fazem valer o ingresso outras belíssimas esculturas, como Balzac, São João Batista, A Torre do Trabalho e a impressionante A Porta do Inferno.

O museu conta ainda com gravuras, desenhos e fotografias de Rodin, além de pinturas de Van Gogh e Renoir, colecionadas pelo artista.

Mas, se não tiver tempo para apreciar todas as obras, contente-se com os jardins. Muitas das mais famosas esculturas estão expostas a céu aberto e os jardins, por si, são um atrativo. Ideais para caminhadas, um lanche ou café. Há um charmoso restaurante nele, que ainda dispõe de cadeiras e bancos em vários pontos.

Como chegar
Musée Rodin, 79, rue de Varenne
Metrô (linha 13) : estação Varenne ou Invalides
RER (linha C) : estação Invalides
Aberto de terça a domingo, das 10h às 17h45 (os jardins fecham às 18h)
Bilhetes: 6 euros (salões e jardins), 1 euro (apenas jardins), 12 euros (ingresso combinado para o museu Rodin e o museu D’Orsay)