Na estrada pelo Chile: formas de conquistar a Carretera Austral

Carretera Austral

Do Lonely Planet

Seja a pé, em duas ou quatro rodas, a Carretera Austral é um desafio icônico e uma jornada pelas paisagens de fim de mundo mais sublimes da América do Sul.

Entre as viagens terrestres mais bonitas do mundo, a Carretera Austral – ou “Via Sul” – é uma estrada de 1240 km pelo Chile, não pavimentada na maior parte dos trechos. Enveredando por florestas milenares, ela percorre aldeias andinas empoeiradas e rios turquesa gerados por geleiras sem saída para o mar.

Descubra o caminho para a aventura na Patagônia

Foto por: hbrizard/ThinkStock

Os primeiros colonizadores passaram pela região durante o início do século 20, mas a simples ideia de construir uma estrada por lá veio depois, um legado da tentativa do General Pinochet de unificar o Chile até seus limites mais remotos. Quando finalizada em 1996, a Carretera Austral foi considerada um pouco mais que uma autoestrada para lugar nenhum de US$300 milhões. Levou por volta de 20 anos para ser construída e custou a vida de onze trabalhadores.

A Carretera Austral de hoje é um canal para o deserto em escala colossal, da água cristalina mundialmente conhecida do Rio Futaleufú às paisagens acidentadas perfeitas para caminhadas, cavalgadas ou pesca com mosca. É também uma imersão na cultura boiadeira da Patagônia, com churrasqueiras ao ar livre, rodeios de verão e estadias em fazendas. De norte a sul, parques icônicos ponteiam a estrada, do exuberante Parque Pumalín, com vulcões ativos, e o Reserva Nacional Cerro Castillo.

Há também novas atrações que vale a pena explorar. A Valle Exploradores é uma extensão acidentada de 77 km que lidera viagens guiadas em geleiras no Parque Nacional Laguna San Rafael, agora acessível para quem viaja por um dia só. Com inauguração oficial ainda pendente, o Parque Nacional da Patagônia oferece infraestrutura de primeira linha e observação de animais selvagens – flamingos, guanacos e condores – mundialmente conhecida.

Viajando em duas rodas

Foto por: kavram/ThinkStock

Para ciclistas que percorrem grandes distâncias e motociclistas, completar a Carretera Austral é um distintivo de coragem que está crescendo em popularidade. Alguns viajantes voltam para várias visitas a fim de conquistar toda a expansão. Outros a adotam como trecho final numa pedalada por toda a América do Sul.

Uma tendência mais recente é atravessar os Andes por onde as estradas não chegam, andando pela estrada até seu fim na Villa O’Higgins, onde uma trilha remota feita em balsas leva a El Chaltén, Argentina. Atenção: os que escolhem esse trajeto vão carregar a bicicleta nos ombros durante parte dele.

Ciclistas devem ter habilidades e materiais para consertar o próprio equipamento e planejar tirar um mês inteiro para a empreitada completa. De acordo com o ciclista italiano Tomas Balzk, a parte mais difícil não foi pedalar no terreno, mas ingerir calorias suficientes. Moradores podem ser extremamente generosos com quem viaja em selins, muitas vezes oferecendo um espaço para acampar ou um pão feito em casa.

Em Villa O’Higgins, a Hostería El Mosco é o núcleo para aqueles que vão a todos os cantos, com vários viajantes compartilhando dicas e um estoque de mapas topográficos detalhados.

Carona ou ônibus?

Foto por: Dmitry_Saparov/ThinkStock

Nessa região remota, a economia se move em câmera lenta e cada peso conta. Por um lado, a raridade do transporte público faz com que viajar pela Carretera Austral seja uma empreitada demorada que, por vezes, pode ser complementada por caronas – ainda que viajantes que levantam o dedo presenciem competição com moradores buscando caronas informais, e deixam de contribuir com a economia do transporte local.

A  Lonely Planet não é partidária de caronas; mas, àqueles que estão experimentando, recomendamos primeiramente paciência quase infinita, acompanhada de suprimentos em abundância em caso de não dar certo. Em muitas áreas, o trânsito é leve e a maioria dos veículos já está lotada até as tampas. É ilegal caminhonetes levarem passageiros na parte de trás, o que deixa os caroneiros com opções reduzidas. Uma aposta melhor para caroneiros é ter bagagem pequena e viajar só ou em pares – veículos raramente param para grupos. Também é educado oferecer aos motoristas remuneração pela carona.

Ônibus têm frequência extremamente reduzida fora da alta temporada de verão (Dezembro a Fevereiro). Passagens, se possível, devem ser compradas com antecedência. Em destinos intermediários sem terminais de ônibus, veículos cheios não fazem paradas. Algumas áreas não têm serviço diário; então, visitantes devem verificar horários com antecedência, mas também estar preparados para esperar.

Sente-se no banco do motorista

Autoestrada é um nome digno dela – parte da aventura da Carretera Austral é rastejar pelos atoleiros e buracos. Não poupe planejamento e uma boa dose de prudência. Ao dirigir, é prático encher o tanque em todo posto de gasolina, já que o próximo pode estar longe. Para aqueles que gostam de alimentos frescos, embalar frutas e comida natural é a solução, já que na seleção local isso pode faltar.

A seção norte da Carretera Austral requer frequentes travessias de balsa que exigem reservas antecipadas na alta temporada. O inverno proporciona seus próprios desafios, com menos saídas de balsa e deslizamentos de terra que podem fechar trechos da estrada durante dias. No sul, a estrada fica a apenas um metro acima da zona inundável de Baker, a hidrovia de maior volume do Chile. Para fechamentos, consulte o Ministerio de Obras Públicas.

Prepare-se para o inesperado

Foto por: Photon-Photos/ThinkStock

Viajar sem pressa é o mantra da Carretera Austral. Deslizamentos de terra fecham estradas. Trechos acidentados, cascalhos soltos e ladeiras íngremes aumentam a duração das viagens. Mas vamos encarar: este é um lugar bonito demais para ir com pressa.

Mesmo que alguns trechos da estrada, particularmente em volta de Coyhaique e Chaitén, sejam pavimentados ou estejam em processo de pavimentação, a maior parte dela é de cascalho. As cidades são bem distantes uma da outra, então os serviços são poucos. Em vez de hotéis, viajantes vão encontrar, sobretudo, acolhedoras pousadas familiares e acampamentos rurais. Aqui, um pouco de planejamento contribui muito. Viajantes sempre devem carregar mapas detalhados, comida e água extra, barracas e sacos de dormir.

O tempo determina o roteiro adequado

Se você tiver só uma semana, foque em um trecho da estrada, como a região em volta de Chaitén e Futaleufú, a ramificação de Coyhaique ou em volta do Lago General Carrera.

Um mês proporciona tempo suficiente para dirigir pela estrada inteira, embora ainda reste muito para ver numa outra visita. Dedique parte de seu tempo às estradas laterais leste-oeste que se ramificam da Carretera Austral. Essas áreas menos desenvolvidas proporcionam um dos lugares mais interessantes e experiências culturais mais autênticas.

Esse tempo escasso deve levar em conta o atalho de balsa ou o voo de longa distância. De Puerto Montt há balsas para Chaitén e Puerto Chacabuco e voos para Chaitén e Coyhaique. Coyhaique é o melhor lugar para alugar carros.

Huilo Huilo, no início da Patagônia Chilena, também é para mochileiros

 

5-salto-huilo-huilo.jpg.1920x1080_0_168_10000.jpg

As acomodações disponíveis na Reserva Biológica Huilo Huilo (Chile, 860km ao sul de Santiago) partem das mais econômicas às mais sofisticadas. Os destaques da reserva são os três hotéis exóticos: Montaña Mágica, Nothofagus e Reino Fungi, que assumem essa característica pela arquitetura e design diferenciados. Respectivamente, eles têm formato de vulcão, construção ao redor de uma árvore e formato de cogumelo!

Além destes, o complexo conta com mais um hotel, sendo o mais luxuoso, o Nawelpi Lodge. Mas Huilo Huilo também tem chalés, hostel, um complexo de acomodações em cima de árvores e um camping, se tornando o destino ideal também para mochileiros e para quem gosta de curtir ainda mais a natureza e a rusticidade do local.

Toda a arquitetura, assinada por Rodrigo Verdugo, foi projetada para se integrar o máximo possível à natureza, buscando harmonia com as belas paisagens da selva patagônica e com a atmosfera mágica de Huilo Huilo. Conheça as hospedagens ideais para mochileiros que querem visitar Huilo Huilo.

Canopy Village

Construídas nas copas das árvores, a 5 metros do chão e com cerca de 20m², essas habitações possuem janelas laterais com angulação específica para observação do meio ambiente. Ao todo são 20 alojamentos, divididos em acomodações com banheiros internos e externos. Cada cabana acomoda de 2 a 8 hóspedes.

 

Salto el Puma Backpackers Hostel

É o hostel de Huilo Huilo e a acomodação preferida de mochileiros que desejam conhecer e se aventurar pela Patagônia Chilena. Com aproximadamente 45 m², tem capacidade máxima para 10 pessoas, com acomodações distribuídas em quatro quartos, todos com chuveiro e banheira.  O hostel é equipado com cozinha, sala de estar e terraço.

 

Camping Huilo Huilo

Ideal para amantes da natureza e de grandes confraternizações, o Camping Huilo Huilo é uma ótima opção para churrascos ao ar livre. O local conta com 22 espaços com conexão a eletricidade além de chuveiros aquecidos.

 

Sobre a Huilo Huilo – Localizada no começo da selva da Patagônia do Chile, próximo ao vilarejo de Neltume (860 km de Santiago), a Reserva Biológica Huilo Huilo é um lugar mágico. Com mais de 100 mil hectares, abrange diversos ecossistemas, com uma riqueza de espécies nativas animais e vegetais. As opções de hospedagens vão desde hotéis de luxo até campings, todos com um diferencial arquitetônico que busca integrar a natureza local ao conforto. Além de atividades de esportes radicais, como tirolesa e rafting, a reserva ainda conta com o Bosque Nevado, um centro de neve ideal para iniciantes nos esportes de inverno. Mais informações pelo site  huilohuilo.com, ou no perfil da reserva no Facebook (www.facebook.com/HuiloHuiloBrasil).

 

Companhia aérea testa voo para a Antártica

Loftleidir Icelandic 1

Viajar para a Antártica continua uma aventura, realizada apenas a bordo de aviões militares ou navios. Mas esse quadro começou a mudar na última semana, quando a Loftleidir Icelandic, uma subsidiária da islandesa Icelandair, pousou com um Boeing 757-200 ER na pista de gelo de Union Glacier. Foi o primeiro voo de uma companhia área comercial para a Antártica.

O voo inaugural da Icelandic, que transportou 50 passageiros, saiu de Punta Arenas, no Chile, em 26 de novembro, e durou quatro horas e meia. A operação foi uma parceria entre a companhia aérea e a Antarctic Logistics & Expeditions (ALE), uma agência especializada em viagens para o continente gelado. Além de turistas convencionais, havia a bordo cientistas, pesquisadores e montanhistas, que viajaram para escalar o Mount Vision, o ponto mais alto do continente.

A ALE, que leva de 400 a 500 passageiros a cada verão à Antártica, costuma usar aeronaves cargueiras, como o Lockheed Hercules L-382G e o Ilyushin IL76-TD, em suas operações. Em nota, a agência afirmou que está estudando a possibilidade de manter a parceria com a Icelandic. Se isso acontecer, será a primeira rota de uma companhia áerea regular para o continente. Ainda que apenas durante os meses de verão.

O Boeing 757-200 ER, configurado para 62 assentos em classe executiva, no entanto, não foi o primeiro jato comercial a pousar na Antártica. Em 2009, um Airbus A319, do governo australiano, viajou da Austrália para Casey, no lado oposto do continente. Mas naquela ocasião, a aeronave estava em uma missão governamental, e não em um voo comercial.

Valle Nevado dá descontos para a temporada 2016

imagem_release_537348

A maior e mais charmosa estação de esqui da América do Sul já se prepara para a temporada 2016. O Valle Nevado oferece descontos exclusivos para os turistas que efetuarem suas reservas de hospedagem nos hotéis e apartamentos do complexo até 30 de dezembro de 2015.

São três promoções válidas para qualquer um dos hotéis da estação: Valle Nevado (exceto suítes), Puerta del Sol e Tres Puntas. A primeira oferece 35% de desconto para reservas de no mínimo três noites entre 24 de junho e 8 de julho. A segunda garante 25% de desconto nas reservas de no mínimo sete noites entre 8 de julho e 23 de setembro. A última oferece 20% de desconto para reservas de no mínimo três noites entre 8 de julho e 23 de setembro. Os descontos são aplicados sobre o total da reserva de hospedagem em apartamentos duplos.

Para os apartamentos no condomínio Valle de Cóndores é oferecido desconto de 20% na diária, com tarifa a partir de USD 239 para habitações de três pessoas por noite. Estão inclusas a hospedagem e limpeza diária do apartamento.

Produtos adicionais do Valle Nevado como transporte, aluguel de roupas, aulas de esqui e snowboard, entre outros, não estão inseridos nos descontos. Também não são acumuláveis com outras promoções. A validade da promoção é até 30 de dezembro de 2015 para reservas 100% pagas. Sujeito à disponibilidade.

Mais informações e fotos: http://www.vallenevado.com/pt/

Sobre o Valle Nevado – Localizado a cerca de 60 km de Santiago a partir do aeroporto, a estação possui três hotéis – Três Puntas, Puerta del Sol e Valle Nevado -, respectivamente divididos em três, quatro e cinco estrelas, além de seis restaurantes, quatro bares e pubs, 45 pistas para esqui ou snowboard, teleféricos, lojas e apartamentos residenciais. Até 2022, serão construídos dois novos edifícios residenciais por ano para que mais pessoas desfrutem da melhor neve do mundo. Ao todo, mais de US$ 150 milhões serão investidos em infraestrutura para tornar o complexo o maior da América do Sul.

 

O melhor da Patagônia chilena no verão

As trilhas em Huilo Huilo revelam lindas paisagens, além de belíssimas cachoeiras, como a Salto Huilo Huilo e Salto O Puma Divulgação/Huilo Huilo
As trilhas revelam paisagens e cachoeiras, como Salto Huilo Huilo e a Salto O Puma

O Chile acaba de vencer a 22ª edição do World Travel Awards, que premia os melhores do mundo todos os anos, como melhor destino de aventura. Famoso pela lista de opções para os aventureiros, o país é uma ótima escolha para os que querem praticar atividades diferentes e curtir bons momentos de adrenalina.

Mountain Bike também é opção para os aventureiros que querem conhecer Huilo Huilo - Divulgação/Huilo Huilo
Mountain bike também é outra opção para os aventureiros

Quem planeja conhecer o Chile deste perfil único tem destino certo: a Reserva Biológica Huilo Huilo. Distribuída em uma área de mais de 100 mil hectares, a reserva abrange diversos ecossistemas, com uma riqueza de espécies nativas animais e vegetais: no local existem cerca de 95 espécies de aves, 12 tipos de mamíferos e 328 espécies de flores. Além, é claro, da variedade de esportes de aventura oferecida.

O verão em Huilo Huilo tem atividades como trekking, mountain bike, rafting e tirolesa, além de cavalgada, pesca e passeio de caiaque. Saiba mais detalhes sobre as atividades desse pedaço do mundo que todo mundo merece conhecer.

Tirolesas

Huilo Huilo oferece diversos tipos de tirolesa para seus hóspedes que, durante o verão, permitem a visão das lindas paisagens da região. Há a tirolesa infantil (com 40m de comprimento e 2m de altura), a tirolesa Huilo Huilo (com 35m de altura e 180m de comprimento) e a tirolesa XL, considerada uma das mais radicais da América do Sul: 90 metros de altura e 500m de comprimento.

São três opções de tirolesa na reserva, passando pela infantil até a mais radical, de 90m de altura -Divulgação/Huilo Huilo
São três opções de tirolesa na reserva. A mais radical tem 90m de altura

Cavalgadas

Uma das atividades mais populares de Huilo Huilo são as cavalgadas, nas quais o hóspede pode passear entre montanhas, bosques primários e conhecer diversas espécies de pássaros e rios da Patagônia.

As cavalgadas são uma das atividades mais famosas em Huilo Huilo - Divulgação/Huilo Huilo
As cavalgadas são uma das atividades mais famosas

Rotas educativas         

Esses tours levam os turistas para o meio do bosque da Patagônia chilena e ensinam sobre as pequenas formas de vida que existem na área. Com a ajuda de lupas, os viajantes podem observar os minúsculos cogumelos (existem mais de 160 tipos deles na região) e a linda flora e fauna do bosque.

Termas do Lago

Visita fotográfica às termas, que de acordo com as crenças locais têm poderes curativos. Uma vez cruzado o lago, há cais e plataformas de madeira elevadas sobre o bosque. As piscinas são troncos ocos separados uns dos outros em quase 10 metros, onde a água se mantém entre 35º e 40ºC.

Salto Huilo Huilo e Salto O Puma

O Salto Huilo Huilo é um trekking onde é possível visitar diferentes mirantes, que oferecem vistas espetaculares para cachoeiras e observação da rica flora existente dentro da reserva. A trilha acompanha o curso do Rio Fuy e passa pelo Salto Huilo Huilo, uma formosa cachoeira com 40 metros de altura. Mais à frente, chega-se ao Salto O Puma, com aproximadamente 30 metros de altura.

Rafting em Huilo Huilo - Divulgação/Huilo Huilo
Rafting em Huilo Huilo 

Além disso, Huilo Huilo tem um Bosque Nevado, aberto apenas no inverno, entre os meses de julho e setembro. No entanto, por ter neve quase o ano todo, há atividades típicas do frio, mas que também podem ser feitas no verão, como trekking no vulcão Mocho-Choshuenco, ski randonee e caminhadas em raquetes de neve.

Huilo Huilo conta, ainda, com diversos tipos de alojamentos, desde campings e chalés, até hotéis de luxo. Porém, o grande destaque fica por conta de três hotéis com design diferenciado e formato surrealista: o Montaña Mágica, que imita o formato de um vulcão, o Nothofagus, construído em volta de uma árvore, e o Reino Fungi, semelhante à forma de um cogumelo.

Para os amantes de uma boa cerveja, dentro da reserva funciona a Cervejaria Petermann, onde é possível conhecer o processo cervejeiro e provar os quatro sabores produzidos no local. As bebidas são encorpadas, sem aditivos e elaboradas com 100% malte.

Mais sobre a Huilo Huilo – Localizada no coração da selva da Patagônia do Chile, próximo ao vilarejo de Neltume (860 km de Santiago), a Reserva Biológica Huilo Huilo é um lugar mágico. Com mais de 100 mil hectares, abrange diversos ecossistemas, com uma riqueza de espécies nativas animais e vegetais. As opções de hospedagens vão de hotéis de luxo até campings, todos com um diferencial arquitetônico que busca integrar a natureza local ao conforto. Além de atividades de esportes radicais, como tirolesa e rafting, a reserva ainda conta com o Bosque Nevado, um centro de neve ideal para iniciantes nos esportes de inverno. Mais informações pelo site huilohuilo.com, ou no perfil da reserva no Facebook ( www.facebook.com/HuiloHuiloBrasil )

A marcha dos pinguins na Patagônia chilena

IPinguineira em Punta Arenas

Os pinguins são os animais mais cobiçados pelos turistas na Patagônia e na Antártida. E nem é preciso se aventurar no mar para vê-los. Há colônia dessas aves perto das cidades, em terra. De Punta Arenas, a mais próxima fica a pouco mais de uma hora.

A pinguineira chilena em Seno Otway fica a 65km de Punta Arenas e atrai mais de 800 turistas por dia, que encaram o vento frio e a travessia em estrada de chão para aprender com o comportamento desengonçado e simpático dos habitantes ilustres desta colônia no extremo sul da América.

O passeio é oferecido por inúmeras agência e pode ser comprado um dia antes. Elas geralmente levam os turistas em van ou microônibus. Mas também se pode contratar um táxi, combinado o preço antes da partida.

Na parte de terra da estrada, já dentro da reserva, destaca-se a paisagem plana com vegetação rasteira e clima oscilante. Em meio è ela, outros animais, como lebres, gaviões e muitas ovelhas. Vale uma breve parada para fotografias.

Passarela

A colônia de pinguins fica à margem das águas represadas do Oceano Pacífico, com vista para uma cadeia de montanhas, com nuvens no topo. Nesse cenário, moram cerca de 11 mil pinguins-de-magalhães. Depois do trajeto de carro, van ou ônibus, é preciso percorrer uma trilha até eles.

O caminho dentro da reserva ecológica é feito em uma passarela de madeira, com placas indicativas sobre espécies de vegetais existentes na área. Há mirantes para facilitar a visualização da orla. Muitos levam binóculos.

Mas todos querem mesmo é ver os pinguins. Após cerca de 15 minutos de caminhada, chega-se à praia, o melhor lugar para apreciá-los. No caminho, alguns espécimes conservam seus ninhos. Eles caminham tranquilamente em meio à vegetação baixa, para delírio dos visitantes.

Na praia, há um mirante suspenso, para facilitar as imagens dos pinguins reunidos após um dia no mar e os fiscais melhorar controlar os turistas. Cercas indicam a proibição do contato direto com os animais. Mas é possível vê-los por até 1m de distância.

Volta para casa

O horário mais indicado para a visitação é o fim da tarde, pois, por volta das 18h, pinguins começam a brotar das águas. Em fila indiana, eles seguem trilhas em meio à vegetação em busca dos ninhos. Levam, no bico, a comida para os filhotes.

A procura do alimento começa cedo. Ao amanhecer, os habitantes do santuário partem para o mar. Avançam quilômetros oceano adentro em busca de peixes e crustáceos, capturados em mergulhos que podem alcançar os 70m de profundidade. Enquanto pescam, a colônia fica vazia.

Os ninhos ficam sob a terra. Na volta a eles, quando um companheiro fica pelo caminho, o líder do grupo estanca a caminhada, aguarda a recuperação do amigo e segue a jornada. Para os pinguins, o matrimônio é uma instituição sagrada. Quando um macho e uma fêmea se casam, só a morte os separa.

Quanto custa
Em média, o traslado Punta Arenas e a pinguineira custa 8 mil pesos chilenos, algo como R$ 32. Além do transporte, é preciso pagar 1,5 mil pesos (R$ 12) para entrar na área protegida que abriga a colônia, mais 5,5 mil pesos (R$ 22) para visitar a pinguineira

Passeio pelo Brasil
O pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) é uma ave sul-americana que vive em regiões frias, muitas vezes com temperatura abaixo de zero. Essa espécie pode ser encontrada na costa chilena e na argentina, mas também é vista com frequência nas praias brasileiras, no processo migratório pelo Oceano Atlântico. Eles vêm ao Brasil em busca de correntes de águas mais quentes e maior oferta de alimentos, podendo ser avistados normalmente na costa da Bahia, Alagoas e Pernambuco. No entanto, derramamentos de óleo e redes de pesca irregulares ameaçam a vida da espécie em território nacional.

VEJA TAMBÉM

Todo o charme de Punta Arenas

Regras ditam ritmo de visita à Antártida

Emoção do começo ao fim em águas geladas

Turismo na Antártida e na Patagônia chilena

Todo o charme de Punta Arenas

Praça de Armas Muñoz Gamero, em Punta Arenas

As argentinas Ushuaia e El Calafate e as chilenas Puerto Natales e Punta Arenas servem de base para quem pretende conhecer a Antártida e a Patagônia. A última tem o principal aeroporto da região, por isso tornou-se um dos destinos mais escolhidos pelos turistas.

Centro de Punta Arenas

Banhada pelo Estreito de Magalhães, a região foi descoberta em 1520 pelo navegador português Fernão de Magalhães, o que o fez ganhar um monumento na praça central de Punta Arenas e emprestar seu sobrenome ao principal estreito da Patagônia.

Punta Arenas vista do mar

Próxima à Antártida, Punta Arenas é porto seguro para exploradores há seculos.

Punta Arenas 001

Líder da primeira equipe a invernar no continente gelado (1897-1899), o belga Adrien de Gerlache parou na cidade chilena.

O mesmo fez o britânico Ernest Schackleton quando foi resgatado da expedição que tentou cruzar o continente austral entre 1914 e 1916.

Tradição

Para conhecer a Patagônia, não é preciso enfrentar os perrengues da Antártida.

Muitos animais e outras atrações do continente gelado, como glaciares, podem ser visitados em passeios de ônibus ou pequenos cruzeiros por canais calmos, que saem de Punta Arenas ou passam por lá. Passeios que podem ser adquiridos em pacotes comprados previamente ou em pequenas agências instaladas no centro da cidade chilena.

Praça de Armas Muñoz Gamero, em Punta Arenas

Praça de Armas Muñoz Gamero, em Punta ArenasA maioria das hospedarias de Punta Arenas, que vão de hotéis de luxo a baratos albergues, estão no centro da cidade de 150 mil habitantes.

A principal referência é a Praça de Armas Muñoz Gamero. No meio dela, há um enorme monumento a Fernão de Magalhães, com a imagem de um do índio aónikenk. Dizem que se você beija o pé dele voltará a visitar a Patagônia.

Todos os dias, a praça é ocupada por uma legítima feira de artesanato. Muitas das peças a venda são produzidas ali mesmo pelos artistas locais.

DSC05321

Eles oferecem de gorros de lá a miniaturas em pedra e pinguins de pelúcia, de todos os tamanhos e preços. Vale pechinchar.

História

Perto dali, fica o Museu Regional de Magalhães, onde, no subsolo, há uma cafeteria onde antes era o lugar dos serviçais do antigo palácio em art nouveau. Visite as exposições artísticas e a coleção de objetos e móveis de época da casa, que o empresário Mauricio Braun mandou construir em 1903, apenas com madeira vinda da Europa.

DSC05332

Outra atração parecida é o Museu Naval e Marítimo, na rua Pedro Montt. Entre suas 1,6 mil peças históricas, há restos de navios como a corveta inglesa Doterel, afundada a 15m de profundidade e a 300m do cais do porto local.

Centro de Punta Arenas

Agora, se quer conhecer uma beleza de características mais melancólicas, você pode percorrer os silenciosos caminhos do Cemitério Municipal, considerado um dos mais belos da América do Sul. Seus túmulos cuidadosamente enfeitados, seus mausoléus, jardins e as extravagantes tumbas se misturam aos restos de imigrantes e marinheiros que fizeram de Magalhães o destino final de suas vidas.

Casario

O período áureo de Punta Arenas e seu porto está marcado na arquitetura. A cidade tem prédios de traços clássicos, muitos palacetes. Também há muitas casas mais simples, mas igualmente belas, feitas de madeiras e cobertas por metais — para aquecer o interior — com as fachadas coloridas. Tudo em ruas extremamente limpas e seguras.

Punta Arenas 032

Em muitos dos edifícios clássicos, funcionam charmosas cafeterias. Em uma cidade em que a temperatura não passa dos 16ºC e permanece negativa durante todo o inverno, nada melhor que um café ou outra bebida quente, como chocolate. Esses estabelecimentos também oferecem delícias como tortas doces e salgados, além de tostados.

Cafeteria em Punta Arenas

São ao menos 20 cafeterias no centro de Punta Arenas, que, reza a lenda, tem ainda 100 casas noturnas voltadas ao público masculino. Além delas, há alguns pubs e um cassino, à beira-mar.

Cafeteria em Punta Arenas

Artesã na praça principal de Punta ArenasPara saber mais

Ligação importante

Fernão de Magalhães foi quem navegou pela primeira vez nas águas abrigadas do estreito, ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Colonizada no século 19, a localização fez de Punta Arenas a principal rota de comércio entre os dois oceanos até a construção do Canal do Panamá, em 1914.

Zona Franca

Punta Arenas é uma zona franca, onde há lojas com produtos livre de impostos. Mas, se você quer levar presentes ou comprar bebidas e eletrônicos para o seu uso, precisa andar uns 10km de carro na direção do aeroporto, onde ficam os galpões com essas lojas. Só lá estará livre das taxas do governo.

Punta Arenas 017

Emoção do começo ao fim em águas geladas

Navio brasileiro Ary Rongel na Antártida

Com pacotes a partir de US$ 5 mil por pessoa, algumas operadoras oferecem roteiros em que o turista vê a Antártida apenas do navio, sem a possibilidade de pisar no gelo. Nos mais interessantes (e caros), as embarcações aguardam na água, em meio a alguma baía, enquanto os turistas visitam a terra firme, duas vezes ao dia, com o auxílio de botas, três camadas de roupa, luvas, gorros, além dos botes infláveis. Os visitantes passam as manhãs e tardes andando pelo gelo e voltam ao navio para almoçar, jantar e dormir.

Navio brasileiro na AntártidaQuem quer que se aventure a explorar a Antártida deve estar disposto a enfrentar grandes desafios. Com todas suas terras localizadas ao Sul do Paralelo 60oS, o continente é o local mais inóspito do planeta. Somente 0,5% de toda a área fica descoberta de gelo ou neve e, ainda assim, isso só ocorre no verão. No restante do ano, tudo é simplesmente branco. Uma clareza impressionante, que reflete 80% da luz solar que incide no território e, assim não permite que ele se aqueça.

A maioria das excursões sai dos portos de Ushuaia, na Argentina, e Punta Arenas, no Chile. Com a ajuda do tempo — o que nem sempre acontece — chega-se até a península antártica em menos de dois dias. Aqui pode-se ter uma excelente ideia dos encantos da região, que vão de termas vulcânicas a simpáticos pinguins, de focas tomando sol à desoladora beleza do gelo. Aliás, são tantos tons e formas que as máquinas fotográficas não param de disparar.

Já na travessia entre o navio e a terra, algo em torno de 500m, doses extras de adrenalina. Com a água a 0ºC, o tempo de sobrevivência para quem cai nela não passa de um minuto e meio. Pode-se morrer em muito menos, como 30 segundos, alertam os guias. Portanto, são muitos os avisos de segurança antes de trocar a embarcação maior pelo bote (foto acima). Para compensar, a caminhada pela península costuma ser muito agradável e cheia de boas surpresas.

Vida animal

Para a maioria, a Antártida é um enorme vazio. Um lugar repleto de gelo e com quase nenhuma vida. De fato, se comparada com outros biomas, a natureza não é generosa em diversidade na região. Espécies de aves, por exemplo, são apenas 60. Quase nada se comparadas às 1.840 conhecidas apenas no Brasil.

Pinguins na Antártida

Pinguins na AntártidaA baixa diversidade é compensada pela enorme quantidade de representantes de cada espécie. A população de albatrozes, por exemplo, chega à marca de 60 milhões em suas várias espécies. Quando falamos nos simpáticos pinguins, apenas os pinguins-de-penacho-amarelo chegam a 4 milhões de aves somente na Ilha Geórgia do Sul.

Mas a maior emoção está reservada na volta para casa. Entre a América do Sul e a Antártida está a Passagem de Drake. Desafio em forma de mar, onde rajadas de vento acima de 100 km/h e ondas de 10m são comuns. Caminho obrigatória de todas as jornadas dos navios que rumam ao continente gelado. Nele se encontram dois grandes oceanos: o Pacífico e o Atlântico.

“Inferno no mar”

Ao longo dos séculos, o Drake tem sido o terror dos navegadores e ainda hoje é um desafio atravessá-lo, mesmo para os navios mais modernos. É como passar dois dias em uma montanha-russa, sem poder descer do brinquedo. Alguns navegadores se referem a ele como “O inferno no mar”. O repórter do Correio conheceu o Drake a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel, da Marinha do Brasil.

Desde 1994, quando participou da primeira de suas 19 Operações Antárticas (Operantar), a embarcação brasileira conduz pesquisadores e materiais através da passagem de cerca de 900km. A travessia, ocorrida em uma sexta-feira e um sábado, durou 41 horas. Todas com bastante balanço, com o navio inclinando até 40 graus.

O Drake assusta e castiga até os mais experimentados navegantes. “Não foi a mais calma das travessias do Drake. Foram 41 horas bem complicadas”, comentou o capitão de mar e guerra Marcelo Seabra, comandante do Ary Rongel, há dois anos cruzando a passagem.

No fim do mundo

A vantagem é que, depois do Drake, vêm os canais chilenos. Geralmente, com águas tão calmas como as de uma lagoa, cercadas por montanhas e geleiras e tomadas por pinguins e golfinhos, que se exibem com saltos em frente e ao lado dos navios. A visão do paraíso começa ao passar o Cabo Horn, último pedaço de terra habitado ao sul das Américas. Para muitos, o fim do mundo.

Reserva da Biosfera pela Unesco, o Cabo Horn cultiva um mito por seu difícil acesso. Desde 1616, quando foi descoberto, é uma rota de navegação importante para as embarcações que navegam entre os dois oceanos, mas extremamente perigosa. Os ventos ali podem chegar até 200km/h e derrubar até o navio mais bem equipado. Nas imediações, há mais de 100 embarcações naufragadas.

Talvez por isso, alcançar o Cabo Horn atrai tantos aventureiros. Uma das poucas opções oferecidas ao turista é integrar a expedição do Cruzeiro Australis, que tem em sua rota uma parada no “fim do mundo”. O navio parte de Ushuaia e de Punta Arenas, visitando algumas ilhotas da Terra do Fogo, como Isla Magdalena e Baía Wulaia. O ponto alto é mesmo o Cabo Horn.

O desembarque só é feito se a velocidade do vento não ultrapassar os 60km/h. É preciso estar pronto para caminhar e se molhar, antes de ouvir a mensagem autorizando o embarque em bote inflável e seguir ao Cabo Horn. Certamente, a travessia entre o navio e o cabo será em mar revolto.

O bote é considerado seguro, mas não tem como escapar das ondas nem da água que espirra nos passageiros ou mesmo entra nele. Por isso, só roupas e calçados impermeáveis são aconselhados para o tour, que inclui a subida dos 160 degraus de uma escadaria íngreme até o topo do cabo. Para muitos, uma fria. Para outros tantos, a glória.

Deserto branco
Apesar de todo o gelo, a Antártida é, na verdade, um gigantesco deserto, cuja precipitação média anual é quase nula, variando de 30ml a 70ml. Para se ter uma idéia do que isso significa, a precipitação média em Brasília, famosa por sua secura, fica entre 1.200ml e 1.800ml nos meses de março a outubro.

Turismo na Antártida e na Patagônia chilena

Renato Alves (texto e fotos)

Localizada no extremo sul do planeta, a Antártida tem 13,6 milhões de quilômetros quadrados de neve e água congelada, cobrindo 99,5% do continente. Trocar sol e praia por um verão ali parece uma escolha improvável. Mas, cada vez mais gente lá desembarca atrás de uma sensação única. Alguns a comparam a pisar na Lua. Lembram algumas semelhanças, como o solo escuro e pedregoso — no verão — e uma grande área inabitada.

Para chegar até esse lugar, onde cientistas registraram a menor temperatura da história, somente por meio de voos militares ou em cruzeiros para turistas. Há quem pague mais de R$ 20 mil para passar algumas horas na parte mais inexplorada da Terra. Mas há opções mais baratas e menos aventureiras para conhecer maravilhas parecidas com as encontradas na Antártida. Na Patagônia, última região habitada antes do continente gelado, há milhares de pinguins e glaciais de encher os olhos.

Prazer para poucos

Um século após os primeiros navegadores identificarem a Antártida, o continente continua sendo o lugar mais selvagem da Terra. Pisar nele é para poucos. Mesmo com os avanços tecnológicos, são necessárias logística e infraestrutura adequados, além de disposição, paciência e um estômago forte. Os voos limitam-se praticamente às forças aéreas. Aos turistas, o único caminho passa pelo Drake, o trecho de mar mais temido do mundo. As longas e cansativas horas em navio e bote são recompensadas pelo cenário e a façanha e de passear por um dos mais hostis e menos explorados destinos do planeta.

Como repórter do Correio Braziliense, cheguei à Antártida em uma expedição da Marinha, com jornalistas, militares e cientistas brasileiros. Os repórteres, fotógrafos e cinegrafistas foram os primeiros a desembarcar na Estação Comandante Ferraz após o incêndio que destruiu 70% das suas instalações, em 25 de fevereiro de 2012. A nossa jornada teve início em Punta Arenas, no extremo sul do Chile. Lá, embarcamos em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Os aviões C-130 (Hércules) da FAB pousam na base chilena Eduardo Frei (fotos acima e abaixo), levando também suprimentos, entre outubro e fevereiro. Mas esse trajeto de 1,2 mil km, em um voo de três horas, só é realizado quando o clima permite.

Quase não há teto para a aeronave pousar no aeródromo chileno. Quando aparece o que os pilotos chamam de janela, ela tem que ser aproveitada. Nessas condições, as mínimas em uma semana, após duas tentativas de pouso frustradas, o repórter do Correio chegou à Antártida em 7 de fevereiro, com mais de 40 cientistas e militares. Na noite daquele dia, ele fez a travessia de 500m na Baía do Almirantado, entre o navio Ary Rongel e a Ferraz. Por causa da ausência de portos no continente, as embarcações ficam estacionadas no meio do mar. Só pequenos botes chegam às praias das ilhas. Os jornalistas visitaram a base mais uma vez e passaram quatro dias na embarcação da Marinha brasileira.

Cruzeiros

A outra forma de chegar à Antártida é em um dos 45 navios de Cruzeiro que fazem cerca de 250 viagens à região, com passageiros do mundo inteiro, a cada alta estação. Ela vai de novembro a março, o verão antártico, quando as temperaturas são suportáveis a um ser humano e as águas dos canais e baías não estão congeladas, permitindo a passagem de navios que não sejam quebra-gelos. Identificada por navegadores pela primeira vez em 1820, a Antártida atrai cada vez mais turistas interessados em ver de perto os pinguins, focas, geleiras, icebergs e montanhas cobertas por neve. Até o começo da década de 1980, havia menos de mil visitantes por ano. Hoje, passam de 35 mil. Antes da crise mundial, eram mais.

Apesar do turismo na Antártida ser ainda muito caro, 35 operadoras de 10 países atuam com navios no continente. Elas levam visitantes a curtas incursões nas regiões costeiras. Cerca de 150 sítios, incluindo 20 estações científicas estão nos roteiros das visitas. Alguns sítios recebem até 7 mil visitantes. Os turistas que ano a ano vêm popularizando a Antártida como destino turístico não sofrem tanto quanto os militares, cientistas e jornalistas. Os cruzeiros que chegam à região têm uma boa infra-estrutura de acomodação e alimentação. Eles levam a estações científicas, monumentos históricos e colônias de animais. Entre as atividades estão também alpinismo, acampamento e mergulho.

Na época das visitas, o clima costuma ficar nublado. A temperatura, em 1ºC, em média. Mas, os ventos, que ultrapassam corriqueiramente os 100km/h, podem levar a sensação térmica a -12ºC. Nessas condições, só mesmo com trajes especiais: botas pesadas, macacão corta vento, casaco, gorro, óculos escuros,. Tudo grande, pesado e a prova d’água. Misturados à paisagem e às instalações das estações científicas, contribuem para um cenário de outro mundo.

Cuidados
As atividades são supervisionadas pela tripulação do navio, que inclui ornitologistas, biólogos marinhos, geólogos, glaciologistas, historiadores e naturalistas. Todos os cuidados com o ambiente são devidamente tomados.

Variações
Com tanto gelo, as temperaturas antárticas são baixíssimas. Na região central, os termômetros oscilam entre -30ºC e -65ºC e, em 21 de julho de 1983, a base russa de Vostok, localizada a aproximadamente 3,4 mil metros de altitude, registrou aquela que até hoje é a menor temperatura registrada no planeta: -89,2ºC.

Qual o nome certo?
Antártica ou Antártida? Tanto faz. O nome vem do grego antarktikos, que significa oposto ao ártico, ou seja, na extremidade sul do planeta. Os portugueses adotaram a forma Antártida, também admitida no Brasil, mas menos popular no resto do mundo. O continente é o único no planeta que jamais foi manchado por uma guerra ou qualquer tipo de conflito armado. Embora militares de vários países tenham equipes trabalhando em diversos pontos da Antártida e haja reivindicações sobre a propriedade das terras, não ocorrem demonstrações de animosidade. Por enquanto, toda a massa de 14 milhões de km², o equivalente à soma das áreas do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru e Bolívia — mas que pode chegar a 32 milhões de km² no inverno, com o congelamento dos mares —, pertence simplesmente à humanidade, com base em um acordo firmado em 1961 e conhecido por Tratado da Antártida.

Reportagem completa na edição de 27 de fevereiro de 2012 do caderno de Turismo do Correio Braziliense e nos próximos post deste blog

Falta de neve adia temporada de esqui no Chile

Cordilheira dos Andes

A falta de neve nos últimos meses obrigou as principais estações de esqui do Chile a atrasar o início da temporada de inverno, que pode começar somente no final de junho.

Ao contrário de anos anteriores, em que a data de inauguração das estações costumava ser na primeira semana de junho, neste ano se espera a abertura das portas das estações de esqui apenas a partir do final do mês.

Há uma frente fria prevista para a semana de 13 de junho. Se a frente não chegar, os turistas terão que esperar mais. A estação de Portillo, por exemplo, tinha abertura prevista para 20 de junho.

As pistas de La Parva e El Colorado-Farellones se encontram na mesma situação e os centros da região sul do país, como o Clube Andino de Osorno, também se viram obrigados a atrasar sua abertura por falta de neve.

 

Chile – Esqui na Cordilheira dos Andes

Cordilheira - Cidadela de Vale Nevado

Turistas no Vale NevadoEliane Moreira (texto) e Renato Alves (fotos)

Bastam os primeiros flocos de neve caírem no hemisfério sul para uma legião de turistas, entre eles muitos brasileiros, rumarem em direção às estações de esqui do Chile.

Entre os destinos mais procurados, Portillo, estação mais tradicional, conta com pistas aprovadas por profissionais. Chillán, além da maior pista em extensão, destaca-se como centro de relaxamento por suas águas termais. E o Valle Nevado, com 3.205 metros acima do mar, está bem pertinho da capital Santiago. Dá para ir e voltar no mesmo dia.

Junto com La Parva, El Colorado e Farellones, o Valle Nevado forma a maior área esquiável da América do Sul. Mas para visitar todas as estações depende do clima.

Em dias de fortes nevascas seu passeio pode ficar restrito a Farellones, estação de menor altitude, a apenas 39 km de Santiago. Nem por isso o passeio deixa de ser vantajoso, embora praticantes do esporte prefiram La Parva e Valle Nevado.

Geral do Vale NevadoMountain bike e treking

Farellones tem grande importância histórica por ter sido um dos primeiros centros de esqui da região. Data de 1939 o primeiro teleférico da estação (hoje conta com 53). Única estação habitada durante todo o ano, nos meses mais quentes é invadida por praticantes de mountain bike e treking.

Crianças no Vale NevadoNo inverno suas atrações conquistam principalmente o público infantil, adolescente e os inexperientes na arte de esquiar. Principalmente pelo tubing, espécie de pneu que desliza cordilheira abaixo. Oferece ainda aulas de esqui e snowboard.

Farellones tem hotéis, mas por estar tão próxima a Santiago, dá para curtir as atrações durante o dia e dormir na capital.

FarellonesMas nem pense em alugar um carro e subir a cordilheira. Além das curvas sinistras e do caminho íngreme, a neve obriga os motoristas a usarem correntes nos pneus. A menos que você tenha experiência em dirigir em situações tão adversas, deixe a direção para quem entende: operadoras de turismo e vans fazem o trajeto, partindo de manhã e retornando no fim da tarde a Santiago.

Esquiadores no Vale Nevado

Valparaíso e Viña del Mar – À beira do Pacífico

Casario de Valparaíso

ValparaísoEliane Moreira (texto) e Renato Alves (foto) 

O povo chileno se orgulha (e muito) de seu país. Dizem que Deus foi bastante generoso ao dar ao Chile uma geografia tão diversificada e bela. E mais generoso ainda (dizem os chilenos) por botar toda uma cordilheira os separando da Argentina…

Brincadeiras a parte, eles têm mesmo muitas razões para se orgulharem.

Banhadas pelo Oceano Pacífico, duas cidades são verdadeiros tesouros do povo chileno: a histórica Valparaíso, e a bucólica Viña del Mar.

Escadaria em ValparaísoAtaques piratas

A 120km da capital Santiago, Valparaíso faz por merecer o título de patrimônio da humanidade. Para fugir dos ataques piratas, comuns no século 16, os moradores construíram as casas em morros. Assim os turistas podem avistar o mar de vários pontos da cidade.

Para passear pelas ladeiras de Valparaíso, é preciso fôlego, apesar dos elevadores e funiculares que dão acesso à parte alta da cidade. Mas vale a pena. Pelo caminho, casas antigas, cafés e restaurantes pitorescos, tudo muito colorido. Cenário perfeito para os pintores que se esparramam nas calçadas.

Valparaíso - Escadaria e funicularPablo Neruda

Como Santiago, Valparaíso também tem uma casa de Pablo Neruda. Em 1959, o poeta chileno procurava por um lugar onde viver e escrever com tranquilidade.

Neruda encontrou La Sebastiana, batizada assim em homenagem a seu construtor, Sebastian Collado.

Aberta ao público desde 1992, a casa pode ser visitada de terça a domingo. Obras de Neruda estão à venda na lojinha que funciona no local, além de souvenirs e cerâmicas chilenas.

Lá funciona também um café, ideal para descansar as pernas do sobe e desce das ladeiras.

Restaurante em ValparaisoNa parte baixa da cidade, destaca-se o centro histórico.

A Plaza Sotomayor, uma das principais atrações de Valparaíso, reúne o belo prédio da armada chilena e o Monumento a los Héroes de Iquique, batalha travada entre peruanos e chilenos no Pacífico, em 1879.

Viña del MarViña del Mar 

Praças, parques e ruas arborizadas, além de um relógio de flores localizado no Paseo Alessandri, fazem de Viña del Mar uma cidade jardim. 

O que mais atrai os chilenos a esse balneário, no entanto, é a praia. Nada comparado à beleza das praias brasileiras.

Viña del Mar - Réplica de moaiDe qualquer forma, para nós que estamos acostumados aos mares do Atlântico, vale a pena molhar os pés no Pacífico. E mais a pena ainda, caminhar pela Avenida Peru, passeio formado por quatro quarteirões a beira mar.

Famosa por seu festival internacional da canção, Viña del Mar tem ainda um cassino, com restaurantes e bares, e uma réplica dos moais, figuras misteriosas da Ilha de Páscoa, que inspiraram o livro Eram os Deuses Astronautas?.

Por conta própria

Uma dica: para conhecer Valparaíso e Viña del Mar, fuja das agências de turismo.

Valparaíso - Artista de ruaDevido à proximidade da capital Santiago, as empresas oferecem apenas passeios bate-volta, e, ainda assim, não levam a lugares imperdíveis como à La Sebastiana. A noite de Valparaíso, por exemplo, merece uma esticada. Por isso reserve ao menos dois dias para o passeio pelas duas cidades. Com um bom mapa em mão e falando portunhol, você não sentirá falta alguma de um guia. 

Porto de Valparaíso

Valparaiso - Comando da marinha chilena

Chile – De tudo, um pouco

Santiago - Vista geral da cidade

Eliane Moreira (texto) e Renato Alves (fotos)

Com 4.300 km de extensão norte sul, o Chile é dono de uma geografia capaz de agradar a gregos e troianos.  Ao norte, as montanhas rochosas e os lagos de sal do deserto do Atacama. Ao sul, as geleiras e a fauna da Patagônia. Entre os dois extremos, o mistério dos moais da enigmática Ilha de Páscoa e os exuberantes lagos andinos. E uma capital que a cada dia atrai mais turistas brasileiros.

Espremida entre cordilheiras, Santiago faz jus ao belo país. Tradicional, preserva monumentos da época da colonização espanhola e bairros residenciais em estilo europeu. Moderna, exibe largas avenidas de edifícios de vidro e aço escovado. E o melhor: o metrô e a curta distância entre os pontos turísticos deixam as principais atrações a um passo.

Santiago - Fundos do Palacio La Moneda

La Moneda

Santiago - Troca da guarda no La MonedaO Palacio de La Moneda sedia o governo chileno. Seus pátios internos são abertos à visitação. Mas é do lado de fora que ocorre sua principal atração: a troca da guarda presidencial. O espetáculo começa pelas ruas próximas ao La Moneda, com desfile da guarda e execução de um repertório pouco tradicional às bandas militares. Não se assuste ao ouvir a canção cubana Guantanamera

Santiago - Plaza de Armas com Catedral

Já a Plaza de Armas, marco zero da cidade, reúne três importantes monumentos históricos. A Catedral de Santiago, construída entre 1748 e 1775, o edifício dos Correios e o Museu de História Nacional. Neste último, referências ao golpe de estado do ditador Augusto Pinochet, que resultou na morte do então presidente Salvador Allende e mergulhou o Chile em uma ditadura de 17 anos.

Santiago - Mercado municipalPrimeiros moradores

Aproveite a caminhada para visitar o Museu de Arte Precolombino, que exibe um rico legado dos primeiros habitantes do continente, e o Museu da Cidade de Santiago. Aos domingos, todos são gratuitos.

Outro museu que não pode ficar de fora do roteiro, o La Chascona reúne objetos, poemas e outras lembranças do poeta Pablo Neruda. E o melhor: na casa em que ele morou em Santiago. As visitas são guiadas. Para não perder a viagem, informe-se antes sobre os horários dos tours.

O Mercado Central atrai os turistas pela variedade de frutos do mar e pescado, principais destaques da gastronomia chilena.  Além das bancas de polvos, lulas, salmões, o lugar tem bons restaurantes onde o viajante pode provar a culinária local acompanhada dos renomados vinhos nacionais.

Atrações naturais

No mirante do Parque Metropolitano de Santiago, ou Cerro (colina) San Cristóbal, o turista percebe a onipresença das cordilheiras ao redor da capital chilena, uma das visões mais belas da cidade.  

Santiago - Teleférico nop Cerro San Cristobal

Santiago - Chafariz do Serro Santa LuciaPara chegar ao mirante, opte pelo funicular, espécie de bondinho, ou pelo teleférico. Mas se tiver fôlego de atleta, o trajeto pode ser feito de bicicleta ou a pé. Reserve um dia inteiro para passear pelo parque.

Além do mirante, o parque oferece outras atrações como o zoológico e o Jardim Japonês.

Outro ponto turístico natural da cidade de Santiago, o Cerro Santa Lucia proporciona um refúgio verde bem no centro da capital chilena. Destaca-se pelas esculturas, fontes e escadarias neoclássicas. 

Na entrada do cerro, uma lojinha vende objetos indígenas e réplicas dos moais da Ilha de Páscoa

Santiago vista do Cerro de Santa Lucia