Para ver e ouvir – “Stand by me” pelo mundo

Enviado pelo leitor Emerson Talma, mineiro radicado em Sete Lagoas

Congonhas (MG) – Os Profetas de Aleijadinho

Profetas/Joaquim Prado

Profeta/Joaquim Prado

Renato Alves (texto) e Joaquim Prado (fotos)

Do alto da colina, os 12 Profetas de Aleijadinho derramam bençãos à Congonhas (MG), mas há quem diga que eles conspiram.

Após a conclusão das obras dos Passos da Paixão, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e sua equipe começaram a construção dos Profetas no adro da Igreja do Senhor Bom Jesus. De 1800 a 1805, Aleijadinho deixou aqui, nas imagens esculpidas em pedra-sabão, a marca de seu gênio.

A série de Profetas de Congonhas é considerada uma das mais completas da iconografia cristã ocidental. As estátuas, espalhadas no adro do Santuário, em admirável simetria, ao longo das esplanadas de níveis diferentes, formam um conjunto grandioso e impressionante. Apoiando-se sobre um pedestal de 20cm de altura, cada um sustenta uma cartela com inscrição em latim extraída do Antigo Testamento.

Pesquisadores de História da Arte da PUC de Campinas suscitam a tese de que Aleijadinho quis figurar em cada Profeta um participante da Inconfidência Mineira, fundada nas diferenças nas indumentárias, nos gestos e sinais das esculturas.

Profeta/Joaquim PradoHá outra curiosidade com referência à escolha dos profetas: Aleijadinho não teria representado um dos 12 profetas menores, um dos mais importantes, Zacarias, mas teria representado junto a outros profetas menores, cinco profetas maiores, mesclando Novo e Velho Testamento. Eis os Profetas de Aleijadinho: Daniel, Oséias, Isaias, Jeremias, Baruc, Ezequiel, Jonas, Joel, Amós, Nahum, Abdias e Habacuc.

Deterioração

Infelizmente, os Profetas sofrem com o descaso e o abandono. Projeto do espaço em Congonhas que abrigaria as estátuas se arrasta há 10 anos e ainda não saiu do papel. Obras-primas exibem marcas de deterioração e correm graves riscos. As marcas da destruição são visíveis. Saiba mais na reportagem do Estado de Minas.

(Renato Alves e Joaquim Prado são jornalistas e moradores de Brasília-DF. Renato é mineiro e Joaquim, pernambucano. Ambos admiram as obras de Aleijadinho)

Johannesburgo – Museu do Apartheid

Museu do Apartheid/Renato Alves

 
Perto de Soweto, 6km ao sul de Johannesburgo, o Apartheid Museum tem o melhor acervo sobre as atrocidades dos brancos contra os não-brancos(negros, indianos, mestiços) na África do Sul. Em um moderno prédio, estão expostos recortes de jornais, fotos e palavras das vítimas.“Nos visite e entenda como toda forma de iniqüidade racial leva inevitavelmente à destruição”, convida o folder do museu.

Logo na entrada, o visitante recebe uma etiqueta que o rotula como branco ou não-branco. Ele entra somente pela porta indicada no cartão. Uma maneira de experimentar, sem maiores conseqüências, a segregação.

Nas 32 salas do prédio de aço e concreto, o visitante conhece desde o surgimento do homem, no continente africano, ao processo de democratização da África do Sul. Passa por galerias de fotos expostas em arames farpados a corredores com forcas penduradas no teto. Intervenções que recriam o sistema segregacionista.