Casa de Chá na Praça dos Três Poderes

Quem hoje passa pela Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, não imagina que um dia ali foi um dos pontos mais agitados de Brasília. Centenas de pessoas de todas as idades se encontravam em uma casa de chá de 250 metros quadrados, construída em um subsolo localizado atrás do Panteão da Pátria, a poucos metros do Palácio do Planalto. O auge do movimento foi na década de 1980, quando as noites eram sempre de muita dança e as festas varavam a madrugada. Tanto tempo após o ápice do funcionamento da famosa Casa de Chá de Brasília, ela voltará aos dias de glória. Após mais de 15 anos de reforma, o espaço foi reinaugurado no começo deste mês.

No subsolo da praça havia um bar onde as pessoas conversavam e se livravam do estresse do dia de trabalho. Do lado de fora, alguns formavam uma roda para cantar e tocar violão, ao mesmo tempo em que admiravam o céu estrelado da capital federal e da imponente arquitetura dos monumentos onde são tomadas as decisões políticas do país. Todo o cenário foi projetado no início da construção de Brasília pelo arquiteto Oscar Niemeyer, mas, em 50 anos, o lugar não foi bem aproveitado e a casa já não funcionava há cerca de 20 anos. Um risco de desabamento da estrutura e interferências políticas foram responsáveis pelo fim dos encontros e pelo consequente abandono.

Turista bem servido

A reforma da Casa de Chá faz parte do pacote de obras na Praça dos Três Poderes, iniciadas ano passado e com previsão inicial de conclusão para as comemorações do cinquentenário de Brasília, em 21 de abril de 2010. Ao todo, R$ 103 milhões foram investidos somente no Palácio do Planalto, entregue em maio deste ano. A Casa de Chá custou cerca de R$ 500 mil, e as reformas na bandeira nacional da praça e do Panteão da Pátria (ainda não finalizada) já somam mais de R$ 1 milhão.

A nova Casa de Chá abrigará um dos CATs (Centro de Atendimento ao Turista) que tem previsão para ser aberto neste semestre. Por determinação da lei, não será permitida a venda de bebida alcoólica, como ocorria antigamente. A casa terá por finalidade atender visitantes e turistas que circulam todos os dias pela Praça dos Três Poderes. Haverá um cybercafé onde serão servidos lanches e bebidas como chá, água e refrigerante.

Hoje, o turista que visita a praça não tem banheiro e lugar para beber água. Tem que comprar do camelô, em caixas de isopor. A casa reaberta trará conforto aos visitantes. A partir deste mês, a Secretaria de Turismo pretende abrir processo de licitação para decidir a empresa que vai explorar o ponto. A casa deverá ter as portas abertas ao público até meia-noite.

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