A ponte que mergulha no oceano

Blog do Márcio Moraes

Já é sabido que conhecer a Europa ultrapassa os limites geográficos. A proximidade dos países facilita nossa viagem e torna possível até mesmo o aluguel de um carro para dirigir pelas vias europeias – verdadeiros tapetes a céu aberto. Apesar disso, a Suécia sempre foi um desafio para aqueles que desejam visitá-la com um automóvel.

Cercada pelo mar Báltico, a grande costa sueca parece, a princípio, impenetrável. Não existem vizinhos que façam uma conexão pelas estradas do Velho Continente e se arriscar pela Noruega ou Finlândia torna a missão ainda mais difícil – e distante. Porém, um pequeno trecho conhecido como estreito de Öresund parece ser uma luz no fim do túnel para concretizar esse desafio.

Além de sua função geográfica, que liga as águas do Báltico para o mar do Norte, ele passou a figurar nos GPS como a única maneira de chegar à Suécia de carro. A alternativa conecta a cidade de Malmo com a capital dinamarquesa, Copenhague, e surgiu graças aos esforços de ambos os governos, que iniciaram o projeto em 1991. A solução foi entregue nove anos depois e recebeu o nome de Ponte de Öresund.

Ao longo dos 16km de extensão, turistas e moradores são transportados para dois países diferentes por um caminho com partes subterrâneas e ao ar livre. Para utilizá-la, é preciso desembolsar €48 em um pedágio local. Abaixo do nível do mar, uma ferrovia carrega passageiros pela mesma rota, embora faça o itinerário bem mais rápido – sem que haja, por exemplo, muito tempo para apreciá-la.

Confira abaixo cada detalhe da maior ponte combinada da Europa:

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Sol da meia-noite e aurora boreal em Tromso, Noruega

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Não é preciso espírito aventureiro, estar abaixo da meia-idade, completamente em forma ou ser adepto de esportes radicais para se decidir por uma viagem ao norte da Noruega. Basta se apegar à máxima vigente no país de que não há tempo ruim, mas roupas inadequadas. Viajar para a região pode ser uma das experiências mais fascinantes para pessoas de qualquer idade, inclusive crianças pequenas.

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A viagem à terra do Sol da meia-noite, no verão, ou da aurora boreal, no inverno, pode ser feita facilmente a partir de Oslo — de avião, diretamente para Tromso, que já foi chamada Paris do Norte e, hoje, é conhecida por capital do Ártico. Há, inclusive, voos abaixo de 100 euros, se reservados com antecedência.

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Então, prepare-se para uma viagem que vai além de belas paisagens e de safáris fotográficos em busca de baleias, cachalotes e ursos. Será um passeio que lhe acrescentará uma nova visão de mundo. Para começar, o inverno no norte da Noruega registra temperaturas acima das que ocorrem no sul. As águas que banham a costa não congelam, devido às correntes quentes do Golfo do México.

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O período sem sol, começo de dezembro ao fim de janeiro, não é completamente escuro. O céu pode se apresentar bem azulado. Mas a aurora boreal não acontece com tanta frequência em um mesmo lugar. Muitas vezes, é preciso realizar verdadeiras expedições de navio ou carro a fim de encontrá-la.

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A boa notícia é que esse serviço de perseguição a esse espetáculo celestial está disponível em Tromso, inclusive com o fornecimento de roupas adequadas e lições de como melhor fotografá-lo. Difícil ou não há, no inverno, navios lotados de casais japoneses em lua de mel, saem do porto em busca do melhor momento para registrarem a felicidade em fotos sob as luzes da aurora boreal. E conseguem.

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Já o Sol da meia-noite está sempre à disposição. Basta ficar acordado. E é também uma experiência inesquecível. Basta, por exemplo, sair do hotel para jantar, dançar ou bebericar no centro da cidade ou na zona portuária de Tromso, acessível a pé, e esperar acontecer. O astro, enquanto declina, irradia por todo o fiorde, levando às colinas uma luz dourada. Depois, vai perdendo a intensidade, mas não chega a se pôr completamente, pois logo começa o caminho de volta. Passa pouco da meia-noite e já é manhã. Nessa hora, podem ser vistos pela cidade turistas e moradores a cantar e a dançar. Há também os casais de namorados em bicicletas.

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Tromso é vibrante, divertida. Os habitantes gostam de lembrar que têm a cervejaria, o jardim botânico e o planetário mais ao norte do mundo. Devido ao fato de ser sede de uma universidade, adquiriu um ar de cidade cosmopolita. O grande número de estudantes de toda a Noruega e do exterior favorece a concentração de bares, pubs e cafés. É também uma cidade importante no circuito turístico do norte da Noruega, integrando um dos principais pontos de parada de cruzeiros a partir de Bergen.

Os navios da Norwegian Coastal Express cobrem quase toda a extensão do país, completando a viagem de ida e volta em 11 dias. No verão, passa por Geirander, tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, e pelas Ilhas Lofoten.

A partir de Tromso, também saem expedições fotográficas até o arquipélago de Svalbard, o território ártico norueguês, banhado pelo Oceano Ártico, ao norte; pelo Mar de Barents, a leste; e pelo Mar da Noruega, a oeste. Situado a 560km da costa norueguesa é o ponto da Terra permanentemente habitado mais próximo do Polo Norte. Ali, o urso polar é o soberano.

Aquário e catedrais

São muitas as atrações de Tromso, e certamente uma delas é o Aquário Polaria. Inaugurado em maio de 1998, foi concebido para ser uma experiência educacional, supervisionada por monitores, com foco especial nas crianças. No mesmo edifício, funciona um cinema panorâmico de cinco telas, que permite aos visitantes uma viagem pelo Ártico. Há também tanques abertos com animais que vivem em lugares mais distantes do litoral e, claro, muitos peixes.

A Catedral de Tromso, sede da diocese de Nord-Halogaland da Igreja da Noruega, fica bem no centro da cidade. É a única catedral norueguesa de madeira. Foi construída em 1861, a partir de projeto do arquiteto Christian Heinrich Grosch. O estilo é neogótico. A planta é em forma de cruz, tem uma só torre, no centro da fachada. Vale a visita.

A Catedral do Ártico é outra boa atração. Construída em 1965 tem estrutura inspirada em paisagens locais e apresenta um mosaico de vidro original. Vários shows acontecem no verão. Os populares concertos são um excelente prelúdio para ver o Sol da meia-noite.

Ainda é possível ver a cidade do alto. O Fjellheisen Cable Car vai até a Storsteinen Mountain, a 420m acima do nível do mar. O mirante e as caminhadas a partir dele oferecem vistas panorâmicas, cursos d’água e montanhas. O teleférico funciona durante todo o ano.

Universidade

Tromso tem cerca de 70 mil habitantes. Desse total, cerca de 15% são estudantes da famosa e bem equipada Universidade de Tromso, dedicada a viabilizar a adequada exploração científica e econômica do norte norueguês e do Ártico.

Conheça também

Jardim Botânico
Exibe plantas do Ártico e dos Alpes e outros pontos do mundo, a maioria muito sensível ao calor para se adaptar em qualquer outro local.

Museu da Universidade
Mostra em profundidade a natureza do norte e a cultura, com foco na indígena Sami, bem como a arqueologia, a arte sacra, a geologia e a aurora boreal.

Museu Polar
Conta a ousadia exploradores árticos de Tromso. Funciona em uma casa tradicional, de 1830, em meio a alguns dos edifícios mais antigos.

Museu Perspektivet
Oferece exposições sobre a história de Tromso, bem como exposições temporárias. Funciona em outro belo edifício de estilo neoclássico, construído em 1838.